terça-feira, 20 de março de 2012

E essa dor, que nem dor é... uma mistura estranha de sentimentos. Eu não perdi, porque nunca cheguei a ter, e também tem o novo que chegou e mexeu comigo. Tudo que eu queria e tudo o que sempre esperei de uma vez só mesmo sendo coisas distintas! Não deu certo... E no fim eu descobri que são outras coisas que me faz feliz, e que a vida é maior, sempre maior do que a gente imagina. E chegou o outono, a chuva caiu, o transito parou... mas a vida continuou. E ela continua com as mesmas cores, e as mesmas pessoas, e ela cobra... exige de mim que eu siga em frente e que eu dê conta de tudo que afirmei que ia dar... e as palavras se perdem, mas eu tenho que cumprir as minhas... E essa dor que não é dor, podia ser tristeza, ou saudade, ou simplesmente amor... mas não é isso, é crescimento. São meus ossos crescendo e rasgando a pele, e não adianta chorar... porque crescimento é conseqüência e eu já fiz o que tinha que fazer pra chegar nesse ponto, agora é acostumar. Acostumar com essa nova forma, esses novos sentimentos, esses novos olhos que ainda não sabem como enxergar... mas que já estão sendo regados com as lágrimas que vai deixar tudo mais fértil e podem esperar: Os frutos viram!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Que os mortos continuem enterrados...

Quando as pessoas ainda vivas decidem morrer para nós, ou quando nós a matamos é um processo doloroso.

Primeiramente, não se toma uma decisão dessas de uma hora para outra, se vive uma história do ponto em que alguém nasce para você até o dia em que ela morre. Alguns casos são por acidente, um único acontecimento é o suficiente para se chegar ao fim, mas na maioria das vezes acontece um adoecimento, as coisas vão se tornando difíceis e fazemos de tudo para salvar a relação, escutamos conselhos, procuramos profissionais, recorremos a Deus, tomamos remédios, remendamos buracos, perdoamos falhas, mudamos nossa vida em função disso, e quando não é o suficiente, quando chega na fase terminal choramos, não aceitamos, imploramos para ficar. E dessa forma, com todo o esforço ou sem nenhum, uma pessoa que amamos morre, ainda viva.

E chega a difícil hora de enterrar, nos vestimos de preto, escondemos os olhos inchados de tanto chorar e saímos de casa eretas, como se fossemos fortes, mesmo dilaceradas por dentro.

Leva um tempo até elaborarmos nosso luto, as vezes visitamos o túmulo ou remexemos nas cinzas. Olhamos as fotos, e sentimos saudades, mas aos poucos vai cicatrizando e acostumamos, não que iremos esquecer... mas a dor vai diminuindo e ficando mais esporádica, e aprendemos a viver com ela.

Ai chega a hora em que conseguimos seguir em frente reestruturadas.

Não sei por qual motivo especificamente os mortos decidem voltar, acredito que possa existir vários, mas como não consigo ouvir ou em alguns casos acreditar no que dizem os mortos, nunca saberei ao certo.

O que sei é que eles reaparecem, uns querendo ressuscitar em nossas vidas, outros vem mesmo só para puxar nosso pé e é onde eu me revolto e grito: Por mais que eu ainda chore pelos mortos, eu sinceramente quero que eles continuem enterrados!