domingo, 30 de maio de 2010

Só mais uma pergunta...

Um ser humano ou um bicho?
Qual é mesmo a diferença?
Ver uma criança no colo de sua mãe,
Lágrimas nos olhos...
O desespero...
As convulsões...
Um, dois, três, centenas de pedidos de socorro...
O silêncio.
A porta fechada.
O desamparo.
A negligência.
A falta de sensibilização de um,
E de mais outro...
E de repente a grande questão?
Quem é bicho?
Quem é gente?
Quem nega socorro ao seu semelhante?
Ou quem morre por falta de socorro?

Adolescência... o dia em que me senti velha!!!

Queria me encontrar...
queria ser como todo mundo, mas não dá.
Não sei quem sou, não sei o que quero,
não sei onde estou, nem pra onde vou.
Sou um grão de areia em meio ao deserto,
sem direção voando ao embalo do vento.
As vezes me sinto só, as vezes não me sinto mais.
As lágrimas me enchem os olhos, mas pra que chorar?
Por que?
As coisas vão perdendo a razão de ser...
Viver pra que? Morrer porquê?
Sei que pensar demais é loucura!
Que se eu viver procurando simplesmente entender...
não viverei.
Penso no que fazer, nunca chego a uma conclusão.
Me dá vontade de pular de janela,
de abrir minhas asas e voar...
nem que seja por segundos até me espatifar no chão.
Penso em me internar num hospício,
talvez lá seja meu lugar...
tenho certeza que sou maluca!
Mas o que na verdade é sanidade mental?
Será que viver como todo mundo, sem se questionar,
seguindo ordens do tempo e da sociedade seja ser são?
Acho que não!
Todos sorriem, se divertem sendo escravos de tudo,
até um belo dia em que descobrem que sempre enganaram a si mesmos.
Essa é a sabedoria dos velhos,
só lamento ter descoberto isso jovem demais...
Posso morrer hoje, amanhã ou daqui a 50,
60, 70 ou 80 anos, qual a diferença?

Eu!

Eu sou mais do que sei, mais do que poderia sonhar...
e mesmo assim, nunca estou satisfeita comigo mesma.
Eu sempre pensei que eu fosse um ponto de interrogação,
mas percebi que sou mais que isso...
eu sou ponto final, reticênssias, vírgula, dois pontos,
exclamação e aspas.
Não sou um alfatbeto inteiro...
mas consigo formar textos, frases e escrever uma história.
Não sou cantora, escritora, atriz ou bailarina...
mas vivo rodopiando no palco da vida,
cantando canções que eu eu fiz.
Pra falar de mim, talvez fosse mais facil falar do que não sou...
mas essa não seria eu, e sim a não eu.
E não gosto de ser negação!
Prefiro ser o sim, o sim que une,
que gera o sorriso,
que aceita a vida e que se compromete.
Eu gosto de ser natureza, ser árvore, ser rio, cachoeira,
montanha, gosto de ser águia...
Também gosto de ser céu, ser estrela, ser lua, ser planeta,
gosto de viver no espaço...
e de repente quem sabe tocar o chão...

Pra quê?

Pra quê?


Pra que falar, se eu sei que posso me afogar em minhas palavras...
Pra que falar, se a todo momento eu corro o risco de me contradizer...
Pra que falar, se cada um entende da maneira que lhes convêm...
Pra que falar, se as palavras ficam no ar e me torno escrava delas...
Pra que falar, se quem eu quero que me escute, não está do meu lado...
Pra que falar, se quem eu quero que me escute, não está do meu lado...
Pra quer falar, se posso escrever, e transformar tudo em poesia...
Pra que falar, se quando me arrependo não tenho borracha que apague....
Pra que falar, se as palavras não são originais e sim o eco de coisas que ouvi...
Pra que falar, se posso agir...
Pra que falar, se um sorriso diz tudo...
Pra que falar, se as lagrimas colocam tudo pra fora...
Pra que falar quando se pode mostrar em gestos que o silêncio diz muito mais.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A vida e tudo o que vem junto com ela!

Queremos ser felizes, queremos sorrir e viver intensamente. Queremos dinheiro, amor, beleza, e ganhar sempre não importa onde seja, esporte, loteria, brigas ou relacionamentos. Não suportamos a dor, fechamos os olhos aos nossos defeitos, não conseguimos aceitar a parte do pacote chamado “vida” que é feito de tristezas, perdas e dúvidas.Tentamos ignorar nossa condição de seres mortais, e fazemos questão de nunca nos lembrar de que iremos morrer... Fazemos coisas idiotas não por achar a vida insignificante, mas por acreditarmos que sempre haverá um amanha pra fazer diferente, pra sermos perdoados e consertarmos nossos estragos.E vivemos nessa fé cega, até que algo “provável” aconteça: alguém muito próximo de você morre, este alguém pode ter a sua idade, ou ser uma criança inocente, ou alguém que se parece com seus pais, ou alguém da família. Ou mesmo que seja um desconhecido, você pode vê-lo morrer de graça, de forma inesperada, como uma bala perdida, um atropelamento, ou uma gripe suína. Sem se falar dos desastres naturais, terremoto no Chile, ou a chuva no Rio de Janeiro...De repente você para e pensa, será que existe amanhã?Quantas pessoas morreram achando que viveriam pra sempre? Qual a probabilidade de o próximo ser eu? As chances que temos de viver, também temos de morrer... O fio que nos mantêm vivos, nossa respiração, um coração que bate, é tão sensível, tão frágil...Homens que se acham grandes, que gostam de ser considerados Deuses, pessoas que fizeram grandes descobertas, filósofos ou cientistas que empinam o nariz achando que algo sabem, milionários ou famosos que se consideram importantes... Mendigos, guerrilheiros, religiosos, políticos, universitários e bebês, homens e mulheres, todos nasceram do mesmo lugar, um dia foram um feto encolhido e indefeso originado de duas células que se juntaram. Quando crescem e são considerados seres humanos (ou não) se acham grandes ou pequenos, tudo ou nada... Mas não importa o que são, o que fazem, o que acham ou deixam de achar... Como diz o poeta, vem a “bendita morte, fim de todos os milagres” e dissolvemos no ar... Somos um corpo inerte! E seus pensamentos? Ficou nos lugares que andou, no nascer e pôr do sol que assistiu, nas pessoas que conheceu, nos livros que leu, nas gargalhadas que deu, e em infinitos lugares, mas o que adianta? Tudo isso faz parte de um passado... Você de repente foi e não é mais...Niselma.